Como o médico residente deve agir para se resguardar nas condutas não supervisionadas?

Hoje vou responder à pergunta enviada por uma médica através do direct do Instagram.

"Sou residente de cirurgia geral e algumas vezes acabo prescrevendo o paciente sem o respaldo dos chefes que muitas vezes passam visita mais tarde ou apenas mandam a conduta após. Como que eu poderia me resguardar em critérios de evolução médica?"


Opaaa, tudo bem?


Hoje irei iniciar as postagens sobre as dúvidas que me enviam (comentários no blog, instagram, facebook, e-mail etc). Essa eu recebi através do meu Instagram @carlosed.ramos.

Temos uma pergunta muito interessante! Sabemos ser uma realidade na maioria das residências médicas.

Vamos lá. 

Primeira coisa que você precisa saber: os médicos residentes respondem por seus atos da mesma forma que qualquer médico, pois uma vez inscritos no CRM, estão legalmente habilitados para exercer a medicina e a responder por isso.

Então, mesmo que o médico residente não seja um especialista, caso cometa algum erro, irá responder ética, civil e criminalmente. O que vai ser analisado para a condenação ou não é o grau de culpa que o residente teve na prática do ato.

Mas como assim?

Veja, o residente não possui tanto conhecimento da especialidade, quanto seus preceptores e os profissionais já certificados. Assim, sua conduta supostamente errada será avaliada para entender se lhe era exigível, naquelas condições, executar algo diferente.

Bom, mas e o preceptor que não acompanhou, responde? Depende.

O médico, assim como todos os profissionais liberais, responde com a demonstração de sua culpa, então, se o residente tomou aquela conduta de maneira autônoma, a princípio, não haveria responsabilização do preceptor.  

Existem posicionamentos judiciais que podem divergir e entender pela culpabilidade do preceptor. Mas vamos focar.

Como o médico residente pode se resguardar nesses casos? Está é a dúvida que nos foi apresentada!

A dica: através do correto preenchimento do prontuário médico.


Se eu pudesse dar uma dica só para meus clientes ou amigos médicos seria: cuide muito bem do prontuário dos seus pacientes!



Então, coloque todas as informações que a levaram a prescrever tal conduta. Se você receber alguma orientação do chefe do serviço sobre aquele paciente  - seja por telefone, whats app etc -, conste também no prontuário.

Sério! As defesas mais complexas que já trabalhei - foram difíceis por conta de mau preenchimento do prontuário.

Uma vez que você, médico residente, registra no prontuário qual foi o raciocínio clínico que o levou a tomar aquela conduta, mais resguardado você estará; ainda mais se tiver sido orientado - ainda que informalmente -, pelo preceptor, e constar isso no documento.
Por fim, você que está começando sua carreira na medicina, lembre-se de uma coisa: O prontuário deve ser preenchido com letra legível. Não adianta escrever as informações certinhas, mas só você consegue ler.

Eu sei que a correria do serviço leva a querer ter velocidade no preenchimento, mas vale muito a pena investir uns minutinhos a mais preenchendo bem o prontuário.

Combinado?

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Por enquanto é só. Até o próximo post!

Um abraço,

Carlos Eduardo.